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Seleção e Priorização de Características

Critérios de Priorização

Para orientar a seleção das subcaracterísticas de qualidade do software a serem avaliadas, foi adotado o Método MoSCoW, um framework de priorização criado nos anos 1990 por Dai Clegg no contexto do Dynamic Systems Development Method (DSDM).

O MoSCoW organiza requisitos ou atributos de qualidade em quatro categorias principais:

  1. Must have (Obrigatório): elementos imprescindíveis para o sucesso do projeto. Sua ausência compromete a confiabilidade ou a viabilidade do sistema.
  2. Should have (Importante): elementos altamente relevantes, mas que podem ser postergados ou entregues em uma segunda iteração sem inviabilizar a solução.
  3. Could have (Desejável): elementos que agregam valor ou benefícios adicionais, mas que não são essenciais; sua implementação depende da disponibilidade de tempo e recursos.
  4. Won’t have (Não será implementado no momento): elementos considerados de baixa prioridade e que, de forma deliberada, ficam fora do escopo atual para evitar inchaço de requisitos (scope creep).

Essa abordagem garante que a priorização das subcaracterísticas de qualidade seja transparente, negociada entre stakeholders e alinhada ao contexto do Guardiões da Saúde.


Priorização das Subcaracterísticas

Com base no modelo ISO/IEC 25010 e considerando o domínio da vigilância epidemiológica participativa, as subcaracterísticas de Adequação Funcional e Segurança foram classificadas segundo o método MoSCoW.

Além da categorização, foi atribuída uma pontuação de peso para cada categoria:
- Must = 4
- Should = 3
- Could = 2
- Won’t = 0

Esse critério permitiu reduzir o conjunto de subcaracterísticas do ISO/IEC 25010 às que são mais críticas ao contexto do Guardiões da Saúde, evitando dispersão analítica e mantendo a consistência metodológica.


Priorização das Subcaracterísticas

Tabela 1 — Priorização das subcaracterísticas pelo método MoSCoW

Subcaracterística Característica Categoria MoSCoW Peso Decisão Final
Completude Funcional Adequação Funcional Must 4 Será analisada
Corretude Funcional Adequação Funcional Must 4 Será analisada
Adequação Funcional Adequação Funcional Should 3 Não será analisada
Confidencialidade Segurança Must 4 Será analisada
Integridade Segurança Must 4 Será analisada
Autenticidade Segurança Could 2 Não será analisada
Não-repúdio Segurança Should 3 Não será analisada
Responsabilidade Segurança Could 2 Não será analisada
Proteção contra falhas Segurança/Confiabilidade Could 2 Não será analisada

Tabela 2 — Comparação por risco, impacto e esforço de análise

Subcaracterística Característica Risco se ausente Impacto para stakeholders Esforço de análise Decisão Final
Completude Funcional Adequação Funcional Alto Alto (cidadãos, gestores, pesquisadores) Baixo (checklist de requisitos) Selecionada
Corretude Funcional Adequação Funcional Alto Alto (gestores do SUS, pesquisadores) Médio (testes funcionais) Selecionada
Adequação Funcional Adequação Funcional Médio Médio (usuários, usabilidade) Alto (avaliação qualitativa extensa) Não selecionada
Confidencialidade Segurança Alto Alto (cidadãos, LGPD, confiança pública) Médio (políticas de acesso, criptografia) Selecionada
Integridade Segurança Alto Alto (gestores, pesquisadores, dados consistentes) Médio (validação de logs e registros) Selecionada
Autenticidade Segurança Baixo/Médio Baixo (voluntários; impacto limitado) Médio (análise de mecanismos de login) Não selecionada
Não-repúdio Segurança Médio Médio (auditoria, contexto jurídico futuro) Alto (exige mecanismos adicionais) Não selecionada
Responsabilidade Segurança Médio Médio (auditoria de ações, accountability) Alto (auditoria completa de logs) Não selecionada
Proteção contra falhas Segurança / Confiabilidade Baixo Baixo (resiliência técnica, stakeholders indiretos) Alto (testes de falha e carga) Não selecionada

Referências Bibliográficas

  1. INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. ISO/IEC 25010:2011 — Systems and software engineering — Systems and software Quality Requirements and Evaluation (SQuaRE) — System and software quality models. Geneva: ISO, 2011. Disponível em: https://cdn.standards.iteh.ai/samples/35733/2ca18b477b7845a5b8cae39d6de0c098/ISO-IEC-25010-2011.pdf. Acesso em: 30 set. 2025.

  2. BECKER, Alice.Método MoSCoW: o que é e como usar na priorização de tarefas. Voitto, 16 maio 2023. Disponível em: https://voitto.com.br/blog/artigo/metodo-moscow. Acesso em: 30 set. 2025.

Histórico de Versões

Versão Data Descrição Autor Revisor
1.0 28/09/2025 Criação do documento inicial Oscar de Brito
1.1 30/09/2025 Inclusão dos critérios de priorização das características Marcella Anderle
1.0 30/09/2025 Aplicação do método MoSCoW para priorização das subcaracterísticas de qualidade Oscar de Brito/Marcella Anderle